O que te levou a optar pela Oceanografia?
Antes de entrar no curso de graduação em Oceanografia da UFBA, eu era estudante do curso de graduação em Ciências Biológicas da mesma faculdade e já estagiava com oceanografia biológica. A minha opção de mudar de graduação foi principalmente voltada em ter um maior entendimento do ambiente físico marinho e assim poder entender melhor os processos ecológicos marinhos. Desde pequeno sempre tive uma grande paixão pelos oceanos e pela vida marinha e a escolha dessa profissão foi muito mais voltada à realização de um sonho do que para o lado financeiro ou status da profissão.
Conte-nos como foi o processo de escolha e elaboração da sua monografia.
Acredito que o processo de escolha e elaboração da minha monografia foi um pouco incomum, uma vez que a monografia geralmente é realizada com o objetivo de cumprir os créditos de uma disciplina. Eu já estava envolvido com os dados da minha monografia por 3 anos uma vez que eles foram resultado de 3 bolsas de iniciação científica (PIBIC). Eu queria usar todos aqueles dados em uma abordagem diferente e com um grupo de organismos que eu tinha desenvolvido uma certa afinidade. O resultado encontrado foi bastante interessante por que usando apenas um grupo de organismos nós pudemos entender como os estuários estudados na Baía de Todos os Santos funcionavam ecologicamente. A minha monografia é certamente a minha contribuição científica mais relevante e foi durante aquele momento que eu pude definir o grupo de organismos que eu gostaria de trabalhar e me dedicar no futuro.
Quais são seus planos para o futuro como Oceanógrafo? Pretende continuar na área acadêmica ou engajar no mercado de trabalho?
Os meus planos para o futuro como oceanógrafo são de continuar na área acadêmica. Atualmente trabalho como Assistente de Pesquisa na University of Hawaii at Manoa – Estados Unidos, contratado desde Julho de 2009 pelo Water Resources Research Center para identificar, ilustrar e descrever os poliquetas (vermes marinhos) de diversas ilhas do Pacífico, como as ilhas do Havaí, Marianas e Marshall e também desenvolver pesquisas sobre o impacto de algas marinhas exóticas nas comunidades bentônicas na ilha de Oahu, Havaí. Recentemente fui aprovado na seleção do Ph.D. em Zoologia com especialização em Biologia Marinha da University of Hawaii at Manoa e pretendo continuar os estudos com os poliquetas das ilhas oceânicas do Pacífico.
Você ganhou o prêmio PUBLIC, que consiste em premiar as produções científicas dos estudantes vinculados aos Programas Institucionais de Bolsas PIBIC, PIBITI, PIBI-Jr./UFBA. O que você diria aos outros alunos para que obtenham bons resultados como esse?
A única dica que tenho para dar aos alunos vinculados aos Programas Institucionais de bolsas da UFBA é de participarem de todas as etapas da sua pesquisa. Muitos alunos bolsistas são “ajudantes” de professores ou pós-graduandos, não desenvolvendo a sua própria pesquisa. Os alunos devem participar de todo o processo da pesquisa, desde o planejamento do projeto, coleta, análise e discussão dos dados, preparação dos manuscritos e publicação.
Como você explica o grande volume de produção científica durante a sua graduação? Ao que você atribui essa grande capacidade?
Eu acredito que eu tive a sorte de trabalhar em um grupo de pesquisa bastante competente e com pesquisadores dedicados e generosos. O meu aprendizado certamente foi enorme uma vez que sempre estive próximo de profissionais extremamente capacitados e ávidos a compartilhar o conhecimento e experiência. Tudo o que eu consegui durante a minha graduação e as minhas conquistas depois de graduado, eu atribuo a eles.
