Naturalista diplomada pela ex-Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFBA (1958), Especialização no Laboratório de Micropaleontologia da Universidade de Paris (1963), Mestra em Geociências, opção Sedimentologia (UFBA/1971), Ph.D. em Geologia Marinha pela Rosenstiel School of Marine and Atmospheric Sciences da Universidade de Miami, Flórida, USA (1982). Possui experiência como pesquisadora tendo publicado inúmeros trabalhos em revistas científicas nacionais e internacionais, capítulos em livros internacionais e nacionais e trabalhos em anais de congressos. É associada a várias entidades científicas nacionais e internacionais, dentre elas: Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), Sociedade Brasileira para o Estudo dos Recifes de Coral (CORALLUS), International Society for Reef Studies (ISRS), Sociedade Brasileira de Oceanografia. Representante do Brasil no Núcleo de Estudos dos Recifes de Coral da America do Sul Tropical do GCRMN (Global Coral Reef Monitoring Network), Membro do Comitê Brasileiro do SCOR (2006-2008), Membro do Comite de Ciências do Mar do MCT. É Professora do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFBA desde 1980. Foi Professora Visitante do Curso de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Santa Úrsula, Rio de Janeiro. Pesquisadora do CNPq desde 1983 (nível IC) e do CPGG/UFBA desde 1972 (Sênior). Sua principal área de interesse é a Geologia das áreas recifais: os processos naturais atuantes e os problemas ambientais causados pela ação da atividade antropogênica. Seus trabalhos pioneiros serviram de base para criação de Unidades de Conservação em áreas recifais.
Qual foi sua inspiração para atuar na área de oceanografia?
O Mar! Nasci no interior da Bahia e vim pequena para Salvador e o Mar sempre me fascinou. O meu esporte sempre foi o Mar, durante a semana no Porto da Barra e nos finais de semana na “Placaford”. O meu primeiro projeto de pesquisa, a Dissertação de Mestrado, foi sobre sedimentos carbonáticos do fundo da BTS e daí em diante os recifes de coral!!
Como você vê a evolução da oceanografia no Brasil, mas especialmente na Bahia, de quando você iniciou seus estudos em Abrolhos até hoje?
Realmente tem evoluído bastante. Na Bahia, no início da década de 70, a maioria das pesquisas da área da Sedimentologia marinha teve como seu principal foco o Mar, na BTS e na região Atlântica nos arredores de Salvador. Depois houve um hiato e hoje felizmente o Mar voltou a ser atrativo para a pesquisa científica na Bahia. No final da década de 70 quando estive em Abrolhos para fazer meu trabalho de campo do doutorado o povo da região achava que coral não era um ser vivo, era apenas uma “pedra” bonita!!
O que você considera a sua melhor contribuição científica e por que?
O que eu consegui passar para os meus alunos! A maioria deles está na Academia produzindo Ciência.
O que você sugere aos jovens graduandos em oceanografia/geologia/biologia para buscar o sucesso em sua área de atuação?
Trabalho! Trabalho! Trabalho! Estudo! Estudo! Estudo!
Sem isto não há sucesso!!!!
Visto sua experiência como pesquisadora e ex-membro do CA do CNPq na área de oceanografia, como você vê a atividade atual e o futuro da pesquisa em oceanografia na academia brasileira e na UFBA?
A pesquisa na área da Oceanografia no Brasil cresceu muito nos últimos anos, e na UFBA, sobretudo depois da criação do Curso de Oceanografia. Hoje a competição está muito grande, o que, por um lado, é bom, pois incentiva a melhoria na qualidade. O pesquisador brasileiro precisa se expor mais, a nossa pesquisa está atualizada, mas ela não está aparecendo. Precisamos participar mais de Congressos Internacionais e publicarmos em revistas de circulação internacional. Eu sei que é difícil, mas este é o caminho para competir.
